Pelas sombras
Há uma sombra em cada esquina
Onde quero me esquivar
Da claridade de ruínas
Vil, pujante a incinerar
Nesse bairro que se perde
O horizonte a espreitar
Linhas largas que se estendem
Onde a mente ambicionar
As suspeitas que se nutrem
Por de trás de tantos morros
Que se erguem em meu caminho
São meu ponto de socorro
Que me inundam a vista adentro
Verdejando-me as idéias
Florescendo-me os desertos
Açoitando-me as Medéias
No frescor dos teus escuros
Quero me fazer presente
Comungar de teu alento
Que minh’alma em ti assente
Ao pé duma copa altiva
Ouço crianças a brincar
Quero respirar a vida
Nos veículos a passar
Em meios-fios me perco
Vento morno a me levar
Nesse bairro onde há sempre
Terno oásis pra pousar.
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